Os Caminhos...

O PREÇO DA POESIA É A ETERNA LIBERDADE...(Mário Quintana)



A vida é feita de escolhas e oportunidades, que apresentam-se para nós em forma de caminhos, preste atenção sempre pra não fazer a escolha errada, se mesmo assim fizer, aproveite a oportunidade para retomar o caminho certo...Igor Gambin

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Consumo

Cada passo uma velocidade
Cada velocidade um destino
Calçada apertada de vaidade
Vaidade de um mendigo

Anúncios na fachada
Fachada colorida
Uma idéia foi roubada
E a próxima esquecida

Centro de absurda infelicidade
Infelicidade vende a propaganda
Importuno de diferente realidade
Macacos a procura de banana

Uma qualquer dança
Dança com a fama
Quando acaba a criança
Acaba também a grana...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sem Vírgula


Sou da vida
Aquela questão
Sujo de cocaína
Lamacenta ocasião


De amizade e conflito
Mudo o meu disfarce
Experimento outro rito
Retalhos da mesma face


A angústia que maltrata
É a mesma que alimenta
Hora me sai ingrata
Em outras nada acrescenta


Dos sorrisos e das lágrimas
Não escrevo a vida
Ao invés de mágica
Algumas vírgulas consumidas...



domingo, 16 de janeiro de 2011

Pequeno de Mais

Muito mais
Do que pode ser
Tanto faz
Se insiste em se esconder

Trancada no seu pequeno universo
Alimenta-se de egoísmo
Vive um transe reverso
Suas mágoas sorrindo

Pela manhã lê
A tarde deprime
De noite "tv"
Na madrugada regime

Fecha a única porta
Dentro de um mundo paralelo
Talvez sua beleza esteja torta
E seu falso sorriso amarelo...






quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Insanidade

Fala um político filho da puta
Todo miserável escuta,
De fome uma criança chora
Ninguém neste planeta da bola
Formam inúmeras milícias
Vendem todos os dias a mesma notícia,
Te metem pólvora no peito
Enganam a mente com qualquer efeito
Passam a perna na hora do troco
Ferem o estômago com um soco,
Querem que viva com pouco dinheiro
Pedem aplausos para os baderneiros
Assim gira o viciado mundo
Cheio de aproveitadores imundos,
Não fazem nada pra satisfazer
Só pensam mesmo em tua vida foder...

Décima Sexta

Muitos que's eu há exaltei
Sorriu desconfiada
Com mil nomes a recriei
Estava em transição toda complicada

Tem um que de não sei o que
Nos seus sonhos de criança
Tem outro de quem é voce
Ali escondida na estreita França

Tem um que de quero saber
Sua fantasia principal
Depois quando crescer
Nos encontramos na horizontal

No outro que quase possível perceber
Pálida pele branca
Tanto imagino ver
Uma valsa com sua trança

No final tem mais que um que
Desfavorável longa trama
Surge também os porque
De sua fuga na última semana...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Nefando

Vamos comemorar o ímpio com presa
Um consumo acelerado
O mais importante menos interessa
Gasolina e cerveja tudo misturado

Lotada a pobre praia
Mediócre acumulando lixo
Tão estreita é a raia
E um único olhar fixo

A nobreza esta reagindo
Cinza nuvem e seu efeito
Desalmado com a retórica mentindo
Acreditando não deixar suspeito

Até quando?
Até onde?
Perdido nefando
Querendo ser conde...

sábado, 8 de janeiro de 2011

A Peça

Descrevi-te de diversas maneiras
Usei palavras e codinomes
Briguei com as besteiras
Gritei quando senti fome

Com minha eloqüência
Criei um inusitado roteiro
Mantive a paciência
Quando faltaram porcos no chiqueiro

Você apenas sorria
Trancada no seu camarim
Sufocando-se em agonia
Não pronunciava a palavra sim

Tente entender um sentimento
Tente enxergar os retalhos
Não fuja do momento
Jogue cartas com outro baralho...



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Artista

Quando nos conhecemos no final da apresentação
Eu era apenas quem varria o teatro
Ela era um ponto de interrogação
Achando o máximo seu espetáculo

Procurei chegar mais perto da artista
Humilde tentei um diálogo
Risque meu nome da tua lista
Com quem varre eu não falo

Decidi mudar de ocupação
Passei a escrever
Juntando as palavras esquecidas no chão
Escrevi a poesia que ninguém lê

Seguiu sua estrela, seu novo medo
Passei a fazer parte do drama
Quero saber mais do segredo
Porque tão repentina foi sua fama...?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Borboleta

Dizem que ela só voa de dia
Sei que ela estava fora do horário
Imprevisível no seu vôo, foi fria
Trocando a rota do seu itinerário

Rara borboleta
Que surgiu naquela ocasião
Qual foi a receita
Para envenenar meu coração

Dizem que ela não tem veneno
Sei que sofre metamorfose
Ela estava mesmo me lendo
Eu pensando que era minha neurose

Rara borboleta
Depois do acontecido, sumiu
Procurei até em uma sarjeta
Querendo saber se alguém a viu

Dizem que só vive poucas horas
Sei que ela vive muito mais
Onde ela esta agora
Diante dos meus olhos ficou para trás

Rara borboleta
Que engrandece a vida
Seus olhos suas letras
Teu colorido que culmina...

Anjo Triste

Voltam a assombrar os fantasmas
Oferecendo pedaços inteiros ou metades
Lugares, casos e marasmo
Acreditam que podem comprar a verdade

Hoje um anjo triste esteve por perto
Minha alma ele procurou escurecer
Tentando com suas mentiras ser certo
Sempre com novidades para oferecer

Respondi a ele a sua altura
Ando com minha amiga inseparável - solidão
Ando sozinho não preciso de loucura
Pegue suas experiências caia em contradição

Insistiu com o novo brinquedo
Insisti com a resposta
Em nenhum momento tive medo
De pro mal virar as costa...

Infância

Quando criança
Eu fugi da escola
Joguei pedra no ônibus que passava
Eu pisei na bola

Quando criança
Minhas tias queriam me beijar
Abusado que eu era
Queria a mão em suas coxas passar

Quando criança
Eu soltei pipa
Distraindo-me com ela no ar
Alimentando as tardes rica

Quando criança
Fiz fogueira de são joão
Ao lado do meu avô
Que ensinava-me a descascar o pinhão

Quando criança
Eu sonhava com o futuro
Não sabia bem o que era futuro
Porém sabia o que era sonhar no escuro...
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