Os Caminhos...

O PREÇO DA POESIA É A ETERNA LIBERDADE...(Mário Quintana)



A vida é feita de escolhas e oportunidades, que apresentam-se para nós em forma de caminhos, preste atenção sempre pra não fazer a escolha errada, se mesmo assim fizer, aproveite a oportunidade para retomar o caminho certo...Igor Gambin

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Inimiga

Chega como visita arrogada
Instala-se sem pedir licença
Esta inimiga de longa data
Que vive a testar minha paciência

Medos e angústias
Fantasmas e demônios
Será que muito caro custa
Trocar este pseudônimo

Os nervos enrijecidos
A cabeça inchada
Boas novas mentindo
Pra fugir da carga pesada

Não acumule meu ódio particular
Deixe-me em paz com a solidão
Sai da minha sala de jantar
Vá embora cruel depressão...


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Desconhecido

Caminho misterioso e amargo
Este a ser percorrido
Um espaço tão largo
Dentro do desconhecido

O seu pedaço esta guardado
A sua parte de solidão
Não chegue atrasado
Pra não perder a devoção

Por trás da máscara
Existe o pesadelo
Quando mostra limpa cara
Derrete todo o gelo

Espetáculo de ironia
Repercussão manchada
Procurando encontrar alegria
Na carne de uma nova estrada...


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Difícil de Entender

Se eu morre-se hoje...
Que cara teria o dia
Custariam as horas a passar
Como seria continuar sem mim
Pra quem contarei minhas alegrias
Depois de morto se pode voar
E se cair não será o fim
Ora já esta sem respirar

Se eu morre-se hoje...
A madrugada ficaria vazia
Talvez sentisse minha falta
Desta amizade sincera
Nenhuma música cantaria
Mesmo que a nota fosse bem alta
Tudo aquilo onde propusera
Agora dorme sem sonhar

Se eu morre-se hoje...
Antes do amor traído
Logo estaria me perguntando
Que parte foi esta?
Ficou no tempo esquecido
E eu na vida me afogando
No final do leito que resta
Estará à espera da solidão

Se eu morre-se hoje...
Não chorem na minha volta
Lembre-se que não posso escutar
Vocês derramando lágrimas
Comentem todos sobre minha revolta
Com olhos abertos pude expressar
Registrando inúmeras páginas
Ficará a mercê da multiplicação

Se eu morre-se hoje...
Estarei triste
Ainda ficou algo pra fazer
Sempre acaba ficando
Minha mãe amiga transmite
Toda energia do seu ser
Pra que eu não esteja chorando
No momento difícil de entender...





quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ausência

Congelou no tempo
Parou friamente
Passos no firmamento
Rotina subseqüente


Destes que dói no peito
Dói em todo corpo
Inventa um novo defeito
O sangue percorre seu trajeto torto


O ruim é viver assim de amor,
Enquanto o verdadeiro amor não chega
O álcool alimenta calor
E o lenço lágrimas corteja


Fere a alma, fere a vida
No chão úmido descascado
Na íris refletida
Um relógio parado

Um dia acontece
Ou vira ausência prolongada...





Boneca

Serpentina no ar
Confetes no chão
Uísque pra disfarçar
O pecado da traição

Olhos de neon
Pensamento aflorado
Talvez seja bom
Tudo misturado

Pede mais sua boca
Fulminante sede voraz
A audácia esta rouca
E o óbvio ficou para traz

Toda inocente
Querendo ser esperta
Seu corpo quente
Nova descoberta

Boneca de gesso
Grita e desafia
Na madrugada o começo
De uma certa melancolia...






quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Leviana

A mais nova dançarina
No balé da sedução
Umas quantas aspirinas
Coca-cola, gelo e limão

Olhos de mar
Lábios de carne
Onde você vai parar,
Com todo este charme

Sorriso de criança
Escondido durante a semana
Boas foram as lembranças
Desta tua alma cigana

Alguém tem o mapa,
Para desvendar tua estrada
Espero ver você na capa
Quando cruzar a linha de chegada

Generosa foi a Natureza
Com teu rosto de porcelana
Acumulam-se as riquezas
Travessa moleca leviana...


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Longe

Vivo longe, muito além
Longe do mar e do povo
Tenho tudo e vivo sem
Neste globalizado mundo novo

Vivo longe, longe e tanto
24 horas é a distância
Que leva a qualquer canto
Quando falta concordância

Vivo longe, bem pra lá
Longe dos espelhos
De sempre caminhar
Forte é a dor nos joelhos

Vivo longe, longe e atrás
Um coração puro
Dominam os “As”
Seguem os “Reis” inseguros

Vivo longe, no desconhecido
Longe da felicidade
Luzes transmitindo
Todo ar de vulgaridade

Vivo longe, longe e estranho
Nuvens com formato
Pouca água para um banho
Um corpo no abstrato...









quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Perfume Barato

Uma peça mal interpretada
Foi isto que aconteceu
A artista toda enredada
No meio do público que não era o seu

Um perfume horrível e barato
Manchando seu velho vestido
Sua bolsa um ninho de rato
Carregando pedras como castigo

Seu salto alto quebrado
Sem sucesso sua pantomima
Pediu que ficassem do seu lado
Para nomeá-la a mais divina

Quer ser a dona da razão
Quando não sabe ser dona do próprio nariz
Vá para o inferno com convicção
Lá talvez você seja a principal atriz...


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Palhaço

Vim ao mundo
Resultado de um mau relacionamento
Muito poucos foram os segundos
Na hora do divertimento

Nasci na noite errada
Mijando na cara do Doutor
Peguei a Enfermeira pra namorada
E os outros pra pedirem, por favor

Dos sete pecados capitais
Perdi as contas de quanto cometi
Várias doses a mais
Loucos prazeres me envolvi

Nunca tive vergonha
Jamais conheci o medo
Algumas meninas bisonhas
Querendo ser meu brinquedo

A dor que acompanha
E a raiva que sinto
Faz parte da barganha
No jogo de um homem extinto

Sei bem do meu fracasso
Sei também do meu excesso
Fui o maior dos palhaços
Sem nenhum único sucesso...



domingo, 13 de fevereiro de 2011

Outra História

O que é um bom perfume?
Uma calcinha suja de menstruação
Você se retorcendo em ciúmes
Por ter encontrado uma marca de batom

O que é uma boa comida?
Mesa cheia de tortas com enfeites
Teus seios virado em ferida
De tanto aos desesperados dar leite

O que é um bom domingo?
Aquele que se vai à igreja
Ou quando ganha no bingo
E bêbado você festeja

O que é uma boa morte?
Quando no trânsito alguém morre
Vá para o inferno com sorte
Lá talvez você tome outro porre

O que é um bom negócio?
Passar a perna no otário
Matar o próprio sócio
Esconder o corpo no armário

O que é uma boa nova?
Os novos políticos eleitos
Do povo cavando a cova
Pra esporrar na cara do sujeito...



Loira

Loira falsa
Loira verdadeira
Qual foi a valsa
Depois da saideira

Loira coadjuvante
Loira protagonista
Desprezou o diamante
Mentindo na entrevista

Loira dos verdes olhos
Loira dos olhos sem cor
Diante do seu linóleo
Sou apenas um apostador

Loira séria
Loira vulgar
Sem nenhuma miséria
Escolha outro pra dançar...

Fugaz

Beijos na sua boca que não poso tocar
Somente descreve-la
Porque o relógio foi despertar
Na noite de uma única estrela

Qual seu papel?
Que graça tem ficar muda?
Quer ser a dona do céu
Quando pode ser minha teúda

As respostas que voce não encontra
Faz parte da sua transição
No momento que suas costuras estiverem pronta
Voce vai ligar pedindo atenção

Saibas que teu olhar foi fugaz
Mesmo se mostrando atrevida
Não deixarei uma palavra para traz
Assim voce pareceu toda perdida

Seu corpo que não poso acalentar
Seu calor que não poso sentir
Logo sua cara vai quebrar
E tão gravemente ira se ferir...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vadia Mulher *

   Quanto tempo demora pra ele entender
Que eu não sou um cara legal
Aquela vadia tem algum problema
E acredita firmemente que eu tenho o remédio

Ela não se permite enxergar além
Não renova seu circulo de mal feitores
Quer que a mudança parta de mim
Enquanto vive sua novela com falsos atores

Pra mim tanto faz se ela quer saber
Basta que continue abastecendo meu ego
Basta que continue sem cobrar pelos serviços
Ela de fato é a unica boneca que eu me propus a brincar

Este é um brinquedo arriscado
Muito mais do que se pode ver
Não sou a solução pro seus vícios
Ela é a solução pro meu prazer

Mulheres, mulheres, falo de uma em especial
Se eu fosse o dono dela, nada seria diferente
Eu ainda seria bom, ela tediosa-mente igual
Perfume barato, dor física e sexo quente

Mesmo ferindo os meus princípios
Ja que ela jamais teve uma vida digna
Não me lembro quando foi o início
De esta vadia mulher se tornar minha sina...




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Voltar

Queria poder voltar no tempo
Não escrever sobre o passado
Deixar de lado o sofrimento
E todo mal que foi causado

Não ter mostrado tanta corteja
Prestado atenção na placa de proibido
Não ter vomitado na porta da igreja
Na noite menos um drink ter bebido

Não ter usado nenhuma droga
Naquela ocasião ter sido desvelado
Não amanhecer com nenhuma sobra
Quando a polícia encostou do meu lado

Não ter julgado um pequeno homem
Que minha vida tratou com desprezo
Assistido o show dos Ramones
E de toda aquela loucura ter saído ileso...


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Diversão Adulta *

Por fim de volta a estrada
Em busca de companhia
Calor, afeto, curvas
Algumas garrafas vazias

O bizarro querendo sexo
Caro custa o prazer
Tudo muito perplexo
Ela insistindo em fazer

Mudam as metas
Convertidas em carinho
Doce ilusão noturna
Parte no escuro...e sozinho

Fumamos todo o cigarro
Bebemos toda a cerveja
Evapora a gasolina, véspera do escarro
Ela chupou mesmo só a cereja

Deverias rever conceitos
Afinal, em que te espelhas?
Já eu, tornei-me exigente
Abandonei tuas luzes vermelhas

Gosto amargo tem a noite
Nos leva ao inesperado
De nada adiantou o açoite
No dia que amanheceu nublado...




domingo, 6 de fevereiro de 2011

Triste Alegria

Na noite em que há conheci
Quebrei minha cara
Não era nenhum colibri
Muito menos jóia rara

Pareceu se destacar
Chamando a atenção
Meretriz de azar
Uma qualquer ocasião

Um espetáculo vulgar
Olhos perdido
Algo no ar
Olhar que foi desmentido

Querer e não poder sentir
Roteiro, drama e fantasia
Pouco a vi sorrir
Triste foi minha alegria...


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mística

As palavras que me atrevo
É para a mística que surpreendeu
Misteriosa forma linda escrevo
Que cor tem os olhos teu?

Pensa longe, muito além
Vê formas e cria o inesperado
De uma maneira singular convém
Deixando todos que a lêem abismado

Dos seus lúdicos pensamentos
São como colorida viagem
Inigualável tal atrevimento
Dando ao mundo enfática coragem

Mulher determinada mulher
No seu coração um segredo guarda
Onde for o jardim que estiver
Lá estará o perfume de Eduarda...


Outro Ritmo

Sou um mero coadjuvante
Da orquestra que não toca meu ritmo
Orquestra desafinada e sem maestro

Percebo a fome no semblante
Procurando dentro da lata de lixo
Contentando-se com o velho resto

Ninguém conhece a nova partitura
Só conhecem o ritmo da moda
Quantas vagas existem para a loucura
Neste impetuoso onde muito cobra...