Os Caminhos...

O PREÇO DA POESIA É A ETERNA LIBERDADE...(Mário Quintana)



A vida é feita de escolhas e oportunidades, que apresentam-se para nós em forma de caminhos, preste atenção sempre pra não fazer a escolha errada, se mesmo assim fizer, aproveite a oportunidade para retomar o caminho certo...Igor Gambin

sábado, 30 de abril de 2011

Gritos de Silêncio

Antes fosse agora
O acontecido do dia anterior
Ficou trancado do lado de fora
Procurando o acesso pro corredor

Assim passou para o dia seguinte
A forte dor de cabeça
Marcava no relógio meia noite e vinte
Uísque e comprimidos para que amanheça

Ainda que consiga continuar
No dia de hoje com cicatrizes
Não vale a pena lembrar
De todas as suas existentes crises

Aonde vai ninguém sabe
Prefere o silêncio em meio aos gritos
Três vezes bateu na trave
Melhor reservar-se de seus agitos...





sexta-feira, 22 de abril de 2011

Liberdade*

Alta velocidade
É o lema do inconseqüente
Troca noites de sono
Pelo cheiro do asfalto quente,

De um simples ser
Cansado de contar as lágrimas
A um cavalheiro em seu lazer
Viajante de uma nova estrada

Esquece por um segundo os problemas
Apaga da mente a família
Segue firme no horizonte
Descobrindo assim nova ilha,

Nada pode lhe parar
Nem mesmo sua solidão
O limite é o impossível cruzar
Ainda que esteja sem habilitação

Abandona garrafas cheias
Não quer mais a noite e seu fervor
Mantem-se atento
Escutando o poder do motor,

Gasolina na suas veias
Mulheres na percepção dos faróis
Quando comer a próxima ceia
Deixara a marca em brancos lençóis

Precisa de mais tempo
Para cruzar pontes que inexistem
Sente-se cansado,
Porém seus instintos resistem

Vai dormir no primeiro quarto
De um qualquer hotel
Antes de seu infarto
Segue contando estrelas pro céu

As perguntas são sempre as mesmas
De onde venho? Pra onde vou?
Sou de um lugar ao Sul
Rumo para onde houver Rock'n'Roll

Talvez seja o melhor dos lugares
Este tal de paraíso
Enquanto todos tem seus pares
A liberdade é a companhia que mais preciso...





sexta-feira, 15 de abril de 2011

Faça por Merecer

Troquem o amargo por doce
Das abelhas ao mel
Um raio de sol pra você
No entanto jamais o céu

Junto à idade proibida
De brinde uma paixão ignorada
Aquele tempo que não finda
A hora que estava parada

Fala-se de algo singular
Antes fosse sem estrelas
Veio pra forte brilhar
Não soube fazer por merecê-la

Qual a graça de escrever
O motivo de informar as horas
Não sabe nas entrelinhas ler
Menos ainda contemplar a aurora...


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cresça pra Vida

Estava eu a rir do acaso
Antes da comédia começar
Um olhar miótico raso
Julgando-me na pré eliminar

Tudo muito esquisito
A interpretação e atitude
Sua maneira no infinito
Querendo ser a dona rude

Quem sabe a minha risada
Foi na mais gritante hora
Na noite digamos inapropriada
Ela me define somente por fora

Fala que sou criança ela é adulta
Na idade e no fuso da diferença
Muito cuidado pra não ficar oculta
E na hora da confissão perder a crença

Desculpas peço mais uma vez
Na verdade não tenho que me desculpar
Este teu pálido público de dois ou três
Precisão junto com você aprender a interpretar...






sábado, 9 de abril de 2011

Veneno Vencido

Da vida mais um pouco
Por vir e por além
Forte foi o soco
Na alma de quem disse amém

Cansado de amar
Quem não me ama
Longe, muito longe do mar
Dentro, atolado na lama

Da vida um pouco mais
Por hoje e por sempre
Não adianta correr atrás
De um egoísmo recorrente

Sórdido é todo meu eu
Para muitos atrevido
Incoerente pra quem leu
A validade de um veneno vencido...





sexta-feira, 8 de abril de 2011

Como Foi Tudo Isto?

Como foi que te conheci?
Em que momento, que circunstância
Nestas noites que o destino prega a sua escrita
Estava eu procurando palavras com relevância

Como foi que te conheci?
Tão meiga, tão suave, tão pura
De olhar forte a me desafiar
Transmitindo toda sua ternura

Como foi que te conheci?
Talvez na hora mais errada
Quem sabe na mais apropriada ocasião
Estava você seduzindo-me sem falar nada

Como foi que te conheci?
Freneticamente linda
No meu segundo de distração
Sem saber a resposta ainda

E agora que nós nos apresentamos?
Você jogou seu charme e fugiu
Eu fiquei a me perder por este amor
Você achou e fez que não viu

E agora o que fazer?
Mais um êxtase para suportar
Seria bom em outro tempo
Seria bom no mesmo lugar

Foi assim que a conheci
Angelical, doce, atraente
E foi assim que me apaixonei
Louco, ávido e carente

Peço perdão por todos os acontecimentos
Por colocar paixão onde não existia
É assim com todos os poetas
Que ama quem nunca o amaria...





quinta-feira, 7 de abril de 2011

Nada Mais

Quando nada mais tem graça
O óbvio já não é mais certo
Aquela mulher na esquina disfarça
De seu lance e chegue mais perto

Quando nada mais importa
A loucura pelos olhos transpira
O fraco os pulsos corta
O imbecil do revolver fica na mira

Quando nada mais tem sabor
Perde-se do paladar o prazer
Álcool, doces ou o próprio amor
Cria-se outra droga para lazer

E quando nada mais for preciso
Ainda que tenha corda no cérebro
De brinde um falso sorriso
Abrindo as portas pro cemitério...





terça-feira, 5 de abril de 2011

Verdes Olhos

Verdes olhos de imensidão
De rosto tímido e jovial
Mudam de cor conforme a ocasião
Quando respira o seu astral

Verdes olhos de paisagem
Longe ficam na colônia
Tudo não passou de uma miragem
Aquela madrugada de insônia

Verdes olhos de vontade
De descobrir além do olhar
Toda a sua simplicidade
Para os mistérios desvendar

Escondem-se os olhos verdes
Deixando-me a deriva
Invento uma sede
Pra descobrir o gosto da tua saliva...


Dança Sem Par

O que fazer com esta paixão que trago
Na peça por mim mal interpretada
O preço de cada lágrima eu pago
Enxugo na cortina que esta mofada

O que fazer com esta paixão que sinto
Todas as palmas do público
Falo a verdade por vezes minto
Sobre este amor que me é lúdico

O que fazer com o tempo que se atrasou
Esta diferença que me adoece
Nenhuma palavra se quer falou
No seu pensamento me esquece

O que fazer com o tempo a frente
Não quero teu coração magoar
Desculpe tudo que minha alma sente
Quando vi amor em uma dança sem par...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Teatro da Vida

A vida da seqüência ao enredo
Uma peça de teatro
De nada adianta o medo
Pior ainda se achar chato

Elenco completo
Olhar de assustada
Desta vez ficou mais perto
E minha cabeça perturbada

A comédia os atores
O público os aplausos
Interprete minhas dores
Saberá que nenhum mal causo

Aqui não existe coincidência
Ensaio não é permitido
Com toda esta freqüência
O enredo segue ferindo...