Amor

Amor meu de infinita envoltura
És mulher de verdade
Ouve as minhas ansiedades
E disfarça a minha loucura

Veio para paz completar
Com sua luz de raro anjo
Agora a felicidade eu esbanjo
Nestes dias abençoados a somar

Biblioteconomista linda
Cuida dos livros e de mim
Do que mais for preciso, quis Deus assim
Colocar-me em tua companhia sempre bem vinda

Você se apaixonou pelos meus erros
Hoje eles não fazem mais parte
Com tua cor crio nova arte
Dentro do coração pinto um novo segredo...

Vocação

Por vocação tornei-me poeta

Escrevendo alegrias e tristezas

Em alguns a comoção desperta

Quando palavras agridem suas incertezas

Queria mesmo era ser enfermeiro

E saber aplicar injeção

Assim os seres mais traiçoeiros

Receberiam uma dose de paz no coração

Queria saber fazer um curativo

Colocar a mão dentro da ferida

Limpar a podridão e o que mais for preciso

Para os imbecis viver sem mágoas a vida

Não sei fazer estes procedimentos

Com as palavras crio outra realidade

Bom de ser poeta é escrever atrevimentos

Enquanto enfermeiro trabalha dos outros a vaidade...

Amigo Poeta

Para o amigo Júlio
Que não conheço se quer
Nas suas frases o concreto barulho
Enfatizando uma linda mulher

Júlio amigo poeta
De conversa sincera no bar
Pra vida uma porta aberta
Pro coração uma dança sem par

Júlio o jornalista
Das palavras bem empregadas
Da notícia vendida a vista
Pra pagar a desilusão da semana passada

Dos vícios veio a nova alegria
Esqueça este fantasma Júlio Saraiva
Escreva um carnaval sem fantasias
Nele coloque toda a sua raiva...

Fuso Horário II

O fuso horário é surpreendente

Quero a Deus agradecer

Na exata hora foi o presente

Para o amanhã melhor viver

O fuso horário trouxe você pro meu lado

Jamais ficam tontos os ponteiros

Tenho que deixar de ser desconfiado

Agradecer este amor tão verdadeiro

O fuso horário que se ajusta

Nossa diferença de seis horas

Às vezes ainda me assusta

O quanto pra você eu represento agora

O fuso horário... o horário sem o fuso

Seis horas... anos seis

Em nenhum momento eu fujo

Deste lógico tempo onde vivo a primeira vez...

Vossa Corte

Apresento-lhes minha corte

Mendigos, amigos e outros conhecidos

Fizeram da ingratidão a sorte

Pra desvelar o desconhecido

Bando de bêbados sujos

Sem herança sem crença

Grande valor oculto cujo

O ser humano na faz referência

Vivem a pedir trocado

Nas esquinas do mundo

Sobram sempre poucos centavos

Pra tentar viver o próximo segundo

Mesmo assim os admiro

Escondem valores e mistérios

Aqueles que se dizem lúcidos, prefiro

Não comentar o quanto não sabem ser sérios...